O início se deu de uma maneira brilhante! O padre Philipe Fernandes Nogueira abordou de forma primorosa o tema: O Belo, o Lúdico e o Místico na catequese.
Foi possível compreender a necessidade da ligação dessas três dimensões da vida humana para a formação dos nossos catequizandos. As palavras do padre Philipe mostrou a cada um a importância de atrair as crianças e os jovens através do belo, preparando bem os materiais e o espaço para acolhê-los, expressando as maravilhas da fé, a perfeição do silêncio e a beleza por trás dos encantos da criação. Dessa forma, o lúdico se liga a essa dimensão para tornar a experiência com Deus algo divertido, que alegra o coração e faz bem para a vida. Assim, o ambiente torna-se muito mais agradável e é possível apresentar o Cristo como fonte de verdadeira alegria, ternura e caridade. Por esse caminho nos conectamos ao mistério de amor, passamos a compreender o olhar amoroso do Senhor e transmitimos aos nossos catequizandos os verdadeiros valores da caminhada cristã. É a mística que transforma!
Assim, através de cada palavra semeada nos corações dos catequistas, iniciamos a semana de formação com a certeza de que muitos frutos viriam!
Já no segundo dia, os catequistas tiveram o privilégio de compreender mais e melhor sobre as obras de misericórdia.
Através de palavras que abrasavam o coração e faziam cada um refletir sobre as atitudes com o próximo, Alex Marques trouxe à tona o tema que já movimenta as Igrejas do mundo e convoca a todos para um Ano Jubilar Extraordinário dedicado à Misericórdia. A proposta é viver a misericórdia a exemplo do Pai, que pede para não julgar e não condenar, mas perdoar e dar amor e perdão sem medida (cf. Lc 6, 37-38).
Alex Marques, ao explicitar sobre as obras de misericórdia corporais e espirituais, fez uma referência aos documentos da Igreja que tratam do assunto e de forma admirável ligou-os à palavra de Deus e às atitudes dos homens nos tempos atuais.
Vale ressaltar que as obras de misericórdia são as ações caridosas pelas quais vamos em ajuda do nosso próximo nas suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar, perdoar, suportar com paciência e rogar pelos vivos e os mortos, são obras de misericórdia espirituais. Já as obras de misericórdia corporais consistem nomeadamente em dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir o nu, albergar o forasteiro, assistir os doentes, visitar os presos e sepultar os mortos. Entre estes gestos, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna e também uma prática de justiça que agrada a Deus. (CIC 2447)
O Papa Francisco tem dito que o desejo dele é que nesse Ano Santo cada um faça a experiência da misericórdia divina; seja na sociedade, no trabalho e até mesmo na família, pois a humanidade precisa urgente de misericórdia. O Santo Padre ainda ressalta que “aos olhos do homem pode até parecer ingênuo que isso possa mudar o mundo, mas aquilo que é fraqueza de Deus é mais forte que o homem.”
A noite de formação terminou com um delicioso lanche, lembranças e a certeza de um novo aprendizado e crescimento espiritual!
O terceiro foi conduzido por Maria Salete, que trabalhou o tema “Ser catequista: Identidade e Missão”.
Com sua doçura e sabedoria, Salete mostrou que antes de tudo o catequista precisa se reconhecer como discípulo de Jesus. Também apresentou a importância de alimentar a nossa espiritualidade para realizarmos bem a Missão!
A espiritualidade é uma força que nos anima, inspira. Ela vem de dentro de nós e nos impulsiona para a ação. Nos dias de hoje, em meio às novas tecnologias, o catequista possui grandes desafios. Para tanto, precisa estar profundamente integrado na comunidade, dedicar-se de modo específico ao serviço da Palavra e assim, tornar-se porta da voz da experiência cristã. Uma pessoa só pode ser catequista se ela mesma se abre a aprender sempre mais de Jesus, mestre da vida, e se esforça para viver o evangelho.
Nesse sentido, foi ressaltado que o caminho de formação se concretiza a partir da vivência concreta da fé: através da leitura da Palavra de Deus, da oração pessoal e comunitária e do compromisso missionário pessoal.
“Catequizar é uma arte! O catequista é um artista da fé!”
Para finalizar a Semana de Formação Catequética, Pauliane Morais abrilhantou a noite com todo o seu conhecimento diante do tema: Dinâmicas na catequese.
Uma dinâmica na hora certa é um recurso excelente para o catequista! As dinâmicas têm grande importância porque criam dinamismo na vida do grupo, entrosam as pessoas na experiência grupal, facilitam a comunicação interpessoal e o desempenho das diferentes tarefas de liderança, provocam maior participação das pessoas, criam um espírito comunitário e o aperfeiçoamento nas relações humanas, ajudam a ter objetivos claros e levam a um maior comprometimento, sensibilizam, animam, desconstroem, entrosam, divertem o grupo e aprofunda os conteúdos. Além disso, ajudam os participantes a escutar, pensar, refletir; aprende-se fazendo!
Pauliane trouxe para os catequistas todo o processo que envolve a aplicação de uma dinâmica. É preciso que tudo seja planejado e preparado com antecedência para que dê certo e frutifique. Cada participante deve compreender a dinâmica proposta, o objetivo dela e os passos a serem seguidos. Deve-se preparar os recursos necessários (ambiente, papel etc.). No final, uma avaliação é sempre importante.
Contudo, vale ressaltar que a dinâmica não pode ser o centro de um encontro. Ela é um meio para alcançarmos nosso objetivo maior: Jesus Cristo.
Não se pode esquecer que o catequista participa e prolonga a missão de Jesus como Mestre, pois realiza o mandato do Senhor: “Ide e fazei discípulos” (Mt 28,19). Assim, Jesus Cristo, no seu seguimento e imitação, constitui para o catequista o modelo determinante de toda a sua missão.
Para que a catequese seja significativa, o catequista deve estar enraizado na forma de ensinar de Jesus, forma esta que é cativante e atrativa, sendo que deve viver alimentado continuamente do Mistério Pascal de Jesus Cristo, que é o conteúdo fundamental do Evangelho e o núcleo do testemunho da fé Apostólica.
A Paróquia de Sant’Ana juntamente com seus catequistas se alegra com uma semana tão frutuosa, gratificante e que muito contribuiu para a formação daqueles que anunciam com amor a Boa Nova do Senhor!
Por: Cristina Carvalho