A paróquia de Sant’Ana, no 6º dia da novena em louvor a sua padroeira, teve a honra de receber o Monsenhor Michel Bitar que presidiu a Missa no Rito Maronita e que foi concelebrada pelos padres: José Raimundo Batista Bechelaine, Francisco Cota de Oliveira e Everaldo Quirino Ferreira.
A Igreja Maronita é uma igreja cristã, do rito oriental, em plena comunhão com a Sé Apostólica, ou seja, reconhece a autoridade do Papa, o líder Igreja Católica Apostólica Romana. Tradicional no Líbano, a Igreja Maronita possui ritual próprio, diferente do rito latino adotado pelos católicos ocidentais. O rito maronita prevê a celebração da missa em língua aramaica. Os maronitas tiveram vários de seus religiosos canonizados ou beatificados.
A liturgia Maronita pertence, por sua origem, ao grupo de liturgias siríacas antioquenas. Esta liturgia continua a representar a antiga liturgia antioquena do século IV. A tradição siro-aramaica antioquena se caracteriza, tanto em sua forma teológica como em sua expressão litúrgica e nas articulações fundamentais de sua espiritualidade, por uma adesão à verdade de Cristo. Isto, sem nenhum dos ajudantes humanos filosóficos, aos quais as duas outras tradições, a grega e a latina, recorrem para melhor explicitar e viver o conteúdo da mensagem cristã. A sua própria vocação é ficar o mais perto possível do texto bíblico, recusando toda outra terminologia.
Por isso, em matéria de liturgia, essa tradição se apresenta como uma terceira via situada entre a liturgia bizantina de assunção e a liturgia latina de encarnação. A arte aqui e ali prova a inclinação para um Cristo de glória e um Cristo de paixão. A liturgia siríaca reproduz, em seu desenvolvimento e na vida das comunidades, um modo intermediário entre esta glória e esta paixão... A maior parte das orações é fruto delicioso da pena de Santo Efrém denominado “harpa do Espírito Santo”, do grande mestre Jacob de Sarug e de muitos outros padres da Igreja de Antioquia que compuseram, na calma da meditação, estas belas orações.
A língua, como já dito, é o siríaco ou siro-aramaico, isto é, o mesmo idioma que falou Jesus Cristo e que lhe serviu na Última Ceia para a instituição da Sagrada Eucaristia. A Liturgia Maronita conserva, pois, a nota sublime destas palavras da consagração.
Podemos dizer, finalmente, que a característica talvez mais evidente da Liturgia Maronita é a de ser popular. Parece claro aqui que a missa é o sacrifício de toda a Assembleia, que dela participa efetivamente. Durante o sacrifício, o povo deve manter um diálogo continuo com o celebrante, e suas aclamações lembram os Primeiros Cristãos rodeando seu Bispo na fração do pão.
Com certeza, os fiéis tiveram ontem a grande oportunidade de conhecer a grandiosidade e a riqueza presentes na nossa Igreja Católica em diferentes culturas.
Por: Cristina Freitas adaptado do portal cancaonova.com
Fotos: Cristina Santos