O retiro anual do clero é um tempo forte de oração e convivência entre os padres da Diocese de Divinópolis.
Desde ontem, dia 21, os padres estão reunidos no “Retiro das Rosas”, em Cachoeira do Campo (próximo a Ouro Preto), para esse encontro de espiritualidade, que deverá se prolongar até quinta-feira, na parte da tarde. Ao todo, são setenta e dois padres que estão participando do retiro. O pregador é Ir. Epifânio Barbosa Lima, religioso jesuíta, que mora em São Paulo. Seguindo a metodologia dos exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola, os padres estão na 2ª semana desses mesmos exercícios, cujo tema é: Aprender de Jesus Mestre.
Irmão Epifânio começou as reflexões falando sobre a importância desse momento na vida dos sacerdotes. A partir do texto de I Reis 19, 19-21, dirigiu sua reflexão, na noite de ontem. Falou sobre a importância do chamado de Deus e comentou um texto de sua autoria. No texto, ele imagina o Profeta Eliseu escrevendo uma carta de “despedida de solteiro” antes de seguir o chamado que Deus lhe fez.
A carta imaginária, objeto de sua reflexão na manhã de hoje, foi inspirada em Zacarias, pai de João Batista, a partir do texto de Lucas 1, 5-27. Na “carta”, Zacarias escreve a São José falando da experiência ao ser visitado pelo anjo e de tudo o que isso poderia significar para ele e para seu povo. De forma criativa, o pregador, que é autor do livro: “Cartas para reformar a vida”, publicado pela Loyola, tenta experimentar os sentimentos do velho sacerdote ao escrever para José, esposo de Maria.
Após cada momento de exposição, os padres permanecem em recolhimento e oração. Deus queira que todos nós experimentemos também o que experimentou o velho Zacarias e o Profeta Eliseu no contato com o sagrado. Deus, conforme dizia o personagem Riobaldo, no Livro O Grande Sertão Veredas, do autor mineiro Guimarães Rosa, é traiçoeiro: “Uma beleza de traiçoeiro”... Ele nos surpreende nas ocasiões mais inusitadas como no trabalho, por exemplo. O pregador sugeriu aos padres que rezassem a partir da própria agenda. Afinal, nos consumimos no trabalho. Por isso, devemos agradecer a Deus por todas as atividades desempenhadas de janeiro até aqui e pedir a Deus proteção para o restante do ano.
Por Padre Gabriel
